O Estranho Mundo das Marcas

Quando usamos uma marca como referência em algum papo de marketing, ou branding, citamos geralmente as mais valiosas do mercado. Falamos da Maçã, da força do "tracinho" da Nike, e as grandes do ranking. Mas e as marcas culturais que experienciamos repletas de símbolos? Quanto valeria a americana abóbora esculpida, maior símbolo do Halloween?

A Pumpkin (abóbora em inglês), tornou-se um ícone desta data. Esta tradição surgiu a partir de uma antiga lenda irlandesa sobre um homem chamado Jack, que, após enganar o diabo em diversas ocasiões, foi condenado a vagar pela Terra com apenas um carvão para iluminar seu caminho, que ele acondicionou dentro de uma abóbora esculpida. Com o passar do tempo, a abóbora começou a se consolidar como símbolo do Halloween. Mantenho o termo em inglês, por que o Dia das Bruxas aqui nunca pegou como a tradição estadunidense. O mais interessante é o fato de tudo isso ter se originado de uma história. É o storytelling mostrando como as boas histórias ficam na memória.

Outro ponto importante aqui, falando de marca, é a necessidade de termos que registrar pictoricamente nossas ideias. O Halloween é repleto de signos, simbologias e comportamentos, que compõem o universo fantasioso. A Economia Criativa bebe desta fonte e o mercado brasileiro expande essa tradição com um aquecimento nos setores alimentício, festas, fantasias, cinema etc. Naturalizamos uma tradição criativamente rica, e juntando com a arte brasileira, nossa abóbora ainda vai ter muito mais dendê.

O mundo das marcas se constrói assim, a partir de histórias que vão ganhando significado e vão se ressignificando. É possível enxergar marca em tudo, e com arte, elas se eternizam. Vou deixar aqui, como dica de Halloween, uma história que me marcou: O Estranho Mundo de Jack, uma animação em Stop Motion de Tim Burton de 1993. Um clássico para ser apreciado nesta noite e uma aula sobre histórias autênticas.

Happy Halloween

Por Renan Luna